segunda-feira, abril 13, 2020

No cais

No cais eu me sento
do amanhecer ao anoitecer
olhando o horizonte.

Por ali passam pernas, pessoas,
vendedores apregoam mercadorias
indiferentes à minha presença miúda.

Ninguém nota que no caderno, rabisco
palavras largadas, que carregam o peso da vida
e sonho com formas de jogar tudo pro alto

A cabeça está baixa, mas os olhos não
fixos na linha do horizonte
esperam os barcos

Anoitece

No cais,
uma alma incendiada
espera.

Um comentário:

Anônimo disse...

meus barcos ainda são seus apesar de estarem desesperadamente tentando mudar de rota. a estrela guia me sabota...