quarta-feira, maio 23, 2007

Reitoria ocupada 14.05.2007

Ocupamos: metemos o pé na porta, a pedra, a mão,
a grade torta empurra empurra quebra o vidro corre rasga o passo atravessa
chega aqui.
Chegar até o presente, ao concreto, ao real,
ato duro, intransigente: violência de florir.
Dois corpos não ocupam o mesmo espaço.
Ocupamos: há mais de onze dias tomamos nosso espaço
no seio do poder e da decisão do que é e do não
nesta universidade.

Não mais esperamos a benevolência,
a boa vontade: Criamos
nós nossas condições.

Não aceitaremos mais a forma imposta, a reflexão não mais se molda. Nossa crítica não se calará com puras palavras, o puro pensamento infinitamente maleável.
O pensamento toma as mãos, que não mais tomam sua submissão, não tomam menos do que o mundo, do que aqui, sua história.
Torcemos as barras, rompemos a contenção, atravessamos o muro com nossas reivindicações: invadimos o presente.

Da violência dos atos, o nosso tem de diferente a visibilidade apenas.
Não ferimos ninguém, não subjugamos ou exploramos. Foi apenas o silêncio complacente de um vidro limpo o que se quebrou, a omissão dos corredores quanto a sua direção e o inquestionado mando de uma grade.
Podem eles falar o mesmo?
Negar a educação, formar escravos, robôs,
torcer, não uma grade, mas uma vida, formar pessoas para sua exploração;
negar comida, a vida, o sol, sem dizer não: pagando pouco e dizendo isso privilégio; vender direitos... Não são violências estas muito maiores e mais nefastas?
Por que então têm passo livre nas catracas?
Por que não ofende o mundo, a terra, o ar, sua mera possibilidade, como não sujam as paredes?

Radicais? sim, extremos, mas nem sequer fomos nós que escolhemos os termos desse passo... Reagimos: A situação é insustentável. Sim, teremos de fazer mais do que reagir, e é isso que se abriu, como uma porta para o presente, na radicalidade da resposta: Podemos criar o nosso mundo, o aqui não está dada, assim como o tempo.
O que até hoje foi óbvio (apenas) torna-se de repente real, matéria que o ato articula, com suas dores, suas faltas, seus limites. E seus sonhos.
Sonhar é, de repente, possibilidade e não fechar de olhos; é ir além do que a vista concede; é passarem os olhos a esculpir o corpo.


Lucas Itacarambi

domingo, maio 20, 2007

De um lado greve, piquetes e mobilização. Do outro diretores reacionários, ataques da mídia e mandatos de reintegração de posse.
Os ânimos se acirram na luta pelos rumos da universidade.

segunda-feira, maio 14, 2007

Se o movimento estudantil fosse sempre como ele está sendo agora na USP, a revolução estaria bem mais próxima de nós. A esperança é que este processo crie a nova militância da USP, que vai atropelar a burocracia falida dos dias de sempre.
Se vocês quiserem discutir política com gente disposta e com qualidade, recomendo frequentar a reitoria da USP. Hoje tem plenária e vai rolar uma programação legal nos próximos dias.

domingo, maio 13, 2007

Fora pelegada, pelegada fora!
Fora pelegada que chegou a nossa hora!

quarta-feira, maio 09, 2007

Minha nova casa é a reitoria da USP. Visitem-me.
Meu novo blog é http://ocupacaousp.blog.terra.com.br/ . Visitem-me.
Dia 10 tem ato na Paulista. Compareçam.
Ontem eu fui na assembléia estudantil mais cheia da minha vida, com uns dois mil estudantes.