segunda-feira, maio 31, 2004

Never There

I need your arms around me, I need to feel your touch
I need your understanding, I need your love so much
You tell me that you love me so, you tell me that you care
But when I need you baby, you’re never there

On the phone long, long distance
Always through such strong resistance
First you say you’re too busy
I wonder if you even miss me

Never there
You’re never there
You’re never, ever, ever, ever there

A golden bird that flies away, a candle’s fickle flame
To think I held you yesterday, your love was just a game
A golden bird that flies away, a candle’s fickle flame
To think I held you yesterday, your love was just a game

You tell me that you love me so, you tell me that you care
But when I need you baby
Take the time to get to know me
If you want me why can’t you just show me
We’re always on this roller coaster
If you want me why can’t you get closer?

Never there
You’re never there
You’re never ever ever ever there

quinta-feira, maio 27, 2004

Thru The Eyes Of Ruby Lyrics

Wrap me in always, and drag me in with maybes
Your innocence is treasure, your innocence is death
Your innocence is all I have
Breathing underwater, and living under glass
And if you spin your love around
The secrets of your dreams
You may find your love is gone
And is not quite what it seemed
To appear to disappear
Beneath all your darkest fears
I believe in never, I believe in all the way
But belief is not to notice, belief is just some faith
And faith can't help you to escape
And with this ring I wed thee true
And with this ring I wed thee now
And with this ring I play so dead
But no one's asking for the truth, so let me tell you
If you spin your love around
The secrets of your dreams
You may find your love is gone
And is not quite what it seemed
To appear to disappear
Beneath all your darkest fears
To the revelations of fresh faced youth
No one will come to save you
So speak your peace in the murmurs drawn
But youth is wasted on the young
Your strength is my weakness, your weakness my hate
My love for you just can't explain
Why we're forever frozen, forever beautiful,
Forever lost inside ourselves
The night has come to hold us young

quarta-feira, maio 26, 2004

Inúmeras vezes levantei. Senti minhas pernas se esticando, meus músculos contraindo, minhas articulações rangendo e estalando, minha configuração espacial se transformando no meu cérebro, minha freqüência respiratória e cardíaca se alterando. Contei, pra ter certeza. Levantar era um esforço, como levantar o mundo nas costas, mas tudo confirmava: vinte e cinco movimentos respiratórios por minuto, cento e vinte batimentos cardíacos. Tendões esticados, tensos, retesando-se a todo custo. Depois a dor, a fadiga, câimbras, tremedeiras. O suor, escorrendo lentamente, tentando aplacar o calor que toma o corpo, cada vez mais quente pelo esforço. A planta do pé firme, colada ao chão duro. A visão turva, embaçando, o mal-estar, desconforto, enjôo, ânsias. Glicemia baixando, energia se consumindo, dor.

Mas quando abri os olhos, não tinha levantado.

terça-feira, maio 25, 2004

Às vezes os dias são lutas.
Acordamos como quem não quer, abrimos os olhos e levantamos como quem não deve. Contra nós mesmos nos colocamos de pé. Como quem não quer ver este mundo que parece feito para nos maltratar. Quero me agarrar nos meus sonhos, tão lindos, tão violentamente destroçados pelo ranço da realidade. Mas é tarde demais, ele gruda, ele infecta e contamina. Estamos acordados e vivendo, e não há muito que se possa fazer a respeito. Os sonhos que pareciam tão bons, agora parecem servir apenas para explicitar, esfregar na nossa cara o desgosto de cada passo, de cada momento nesta prisão a céu aberto.
Escola, trabalho, almoço, jantar, escovar os dentes, tomar banho, trocar de roupa, pagar as contas, assistir tevê, arrumar a cama, lavar a roupa, arrumar o quarto, ligar pro Zé, marcar dentista, ir no médico, trocar as fraldas, fazer as compras, ser educado, cumprir as tarefas. Não pense muito e vai dar tudo certo. Apenas faça aquilo, mantenha os pés no chão, mantenha a cabeça cheia de vazios consistentes de realidade. Idiossincrasias em excesso. Engula-as com um pão com manteiga e um café com leite e parta pra luta. A luta de se manter em constante caminho certeiro, sem hesitar nem parar. Olhando pros lados pra ver se está na frente, se está direito. Rumo imutável, inabalável, verdadeiro, na direção do dia seguinte, do insuportável e ordinário dia seguinte que te chama. Na cama, a noite, as lágrimas tem que secar rápido. Elas não pode tomar o espaço reservado para a reconfortante certeza de que acabou. Você sobreviveu de novo, a mais um dia. E isto tem que ser o suficiente pra que você não se faça a inútil pergunta. Se você ganhou a luta, não importa. O que importa é que amanhã tem outra, e que você tem que dormir pra estar bem descansado e pronto para enfrentá-la. Algumas horas de fuga, algumas horas de sono e sonhos. Ou pesadelos com o interminável amanhã e o incorrigível ontem. Pé na estrada, de carona na boleia do caminhão que vai nos levando ao nosso derradeiro destino. Uma morte agonizante e infértil que ingenuamente denominamos vida.

domingo, maio 23, 2004

Às vezes acontece esta desgraça, que você precisa de uma maldita palavra que não existe. É bem diferente da palavra que você quer e não encontra, que escapou da sua cabeça. Tem ocasiões que você precisa de uma palavra que possa dar conta de coisas que palavras não podem fazer. Tem vezes que você precisa de uma salvação, e inutilmente vai caçá-la nas palavras.
Todo o ódio e desgosto que eu preciso, toda a mágoa e os gritos e lágrimas contidos. Toda a repulsa por tudo aquilo que eu desprezo e recuso, toda a insatisfação que eu não consigo por pra fora. Todos os fracassos acumulados, todos os sonhos desfeitos, todas as desilusões criadas. Toda minha decepção, minhas esperanças dilaceradas que se penduram sôfregas e decadentes nas bordas da minha vida, todas as investidas e tentativas e recomeços e esforços e insatisfação e agonia e desespero e tudo de novo e de novo e de novo. Todo o maldito ciclo que vem e se desfaz e se reconstrói com unha e ferro e fogo e carne e sangue e lágrimas e desgosto. Todo o castelo que se constrói, tijolo por tijolo, com imaginação gasta e superações de limites e esforços supremos e sonhos alcançados. Todo o castelo que se põe abaixo em um segundo, uma palavra, um gesto, um olhar. Toda a indiferença, a pena, a lástima, a desgraça. Tudo o que se perde, se destrói, se esvai, se acaba, se esgota, se finda, morre, termina, some, desaparece, perece, desfaz. Todos os gritos que ninguém ouve, todas as gargantas em vão que se criam por uma guerra que não pode ser lutada. Todas as intenções que não se concretizam, os sonhos que não tem sono, as palavras censuradas. Todos os sacrifícios ocultos, as oferendas recusadas, os mundos de beleza e esplendor que mofam em um canto de armário sem nunca cumprir seu desígnio. Todas as verdades encobertas, as mentiras vitoriosas, as falsidades constituídas, os ideais que não importam, a jornada que não se completa, que morre na praia, que se deita, que se esquece. Todas as vinganças que crescem e se elaboram e se alimentam do ódio infindável que se alimenta nos restos e cresce na escuridão e almeja com cada fibra de horror o dia final em que irá ter nas suas mãos o sangue quente, o gozo final, o alimento da vida, todas as vinganças que não acontecem. Todo o amor que se guarda nas pessoas solitárias e tristes, o amor que se transforma em lágrimas amargas de desgosto pelo mundo que as abandona, que vira as costas sem jamais olhar para trás. Todos os pedidos que não são ouvidos, as súplicas soluçantes que são ignoradas, as risadas que se fazem às custas do sofrimento alheio eterno. Todas as dores desprezadas, pequenas demais para existirem ou grandes demais para serem verossímeis. Todos os exageros e antagonismos da sua felicidade, compaixão, alegria, piedade, esperança, carinho, amor, beleza. Tudo o que se quis para as pessoas que mereciam e que não se fez. Todas as mortes injustas e lentas e dolorosas e sofridas. Todas as torturas e angustias e desprezo. Tudo o que um dia eu quis oferecer e me foi enfiado goela abaixo com socos e pontapés no estômago. Toda a amizade fingida, os interesses ocultos, as segundas intenções, as coisas feitas por debaixo do pano, as sacanagens inconfessáveis de uma meia-noite esquecida, as traições descaradas, as reviravoltas injustas, os motins. Tudo o que há de ruim em mim desde sempre e que cresce e se alimenta com a podridão do mundo que se instala em mim a cada dia em doses pequenas e dilacerantes. Todas as coisas boas que um dia moraram em cada coração de cada ser humano bom e ingênuo de cada canto e que se desfaz com o desgosto e a mágoa eterna das amarguras que corroem tudo, tudo o que havia e poderia haver de bom neste mundo. Todos os que se sentem inferiores, injustiçados, que são pisados, humilhados, esquecidos, destruídos, abandonados. Todos os suicídios tristes em quartos de hotel de beira de estrada, em janelas de apartamentos, em festas de aniversário. Todos os natais tristes e solitários, todas as pessoas que ficaram de fora de todas as comemorações, todas as datas especiais que se passa sozinho e triste com uma angustia interminável no peito. Todas as madrugadas na rua, de frio, fome e miséria. Todas as guerras com suas mortes, torturas, mutilações, escoriações, cicatrizes. Todos os roubos, incêndios, homicídios, estupros, seqüestros, estelionatos, extorsões, chantagens, brigas. Tudo o que todas as pessoas já fizeram de mal para as outras, justificando para si mesmas que faziam o bem. Todas as mentiras, todas as pessoas que são adoradas e conquistam um espaço no coração dos outros através de trapaças, manipulações, mentiras e armações. Tudo o que há de ruim e detestável neste mundo, todas as vezes em que não há luz no fim do túnel, não há esperança nenhuma de se livrar desta desgraça que é a vida porque o mundo e as pessoas são podres demais para fazerem alguma coisa que presta. Todas as vezes em que todo o resto do mundo é feliz e eu sou miserável. Todas as vezes em que todos são bons e eu sou um lixo. Todas as vezes que contei com amigos e me decepcionei. Todas as vezes em que coloquei todas as minhas esperanças em alguma coisa que me apunhalou e apunhalou e apunhalou. Todas as vezes que eu quis dizer e ninguém me ouviu, todas as vezes em que eu estava certo e todo mundo disse o contrário. Todas as vezes em que fui bom e disseram que eu fui mau. Todas as vezes em que fiz algo certo e não fui reconhecido. Todos os meus erros estúpidos que não pude consertar, todos os erros que cresceram e dominaram tudo. Todas as pessoas que sofrem e sofrem e sofrem para sempre. Todas as pessoas que já viveram e já morreram e sofreram e foram infelizes e sentiram dor e tudo isto não valeu a pena para nada. Todas as mortes infelizes e sofridas com todos os seus arrependimentos. Todas as pessoas por nascer e todo o seu sofrimento que não existe, mas que ainda existirá e será real e horrível. Tudo o que um dia desejei com todas as minhas forças e não fui capaz de conseguir.

quarta-feira, maio 19, 2004

Podia ainda ouvir incessantemente o barulho que o vaso fizera ao se espatifar contra a porta. Em sua cabeça, mil vezes, ele era ainda mais ensurdecedor. Não existia mais nada que não fosse aquele barulho, pai dos cacos que jaziam no chão da sala. Os gritos já eram mudos, não diziam nada. Um crescente da sinfonia que se compôs, sobrepondo nota acima de nota, elevando a cacofonia ao estado sublime e prodigioso de sua forma, as batidas, os grunhidos, os berros, os gemidos. Toda uma ordem calculada e desmesurada, quebrantada em um espasmo súbito. Apenas a dor exaltada na repentina explosão lavava seu espírito da pueridade infeliz das intenções. As intenções nunca valeram de nada: o mundo se construiria por elas da mesma forma que o vaso pelos seus cacos inertes. A vida se espatifou contra a porta. Eu me espatifei contra você. Meu sonho se espatifou na manhã. Se espatifar uma vida fosse fácil como espatifar o vaso, teria nas mãos a coleção dos cacos que herdou dela. Alguém que já fechou a porta, com um vaso espatifando-se atrás. Alguém cujo telefone toca eternamente, mas que nunca vai ser atendido. Sua porta, fechada, muito antes dos gritos ou do vaso, já tinha espatifado a vida no barulho insolúvel.
Fora uma briga como qualquer outra, os vizinhos podiam confirmar. Só que tinha os cacos do vaso, a porta batida. Tinha coisa de menos, antes de ter coisa demais. Ela, dois quarteirões andando bem rápido pela rua, os passos firmes. As lágrimas não escorriam, seguras em seus olhos como se sua vida dependesse disto. Marejados, vermelhos, agora doíam pelo esforço de não piscar. Se piscasse, elas escorreriam. Ela não enxergava mais nada, a visão obstruída pelas lágrimas que se acumulavam. Em sua cabeça primeiro tinham xingamentos, palavrões, que depois viraram em lista de supermercado, nomes de cds. Qualquer coisa que ela pudesse sussurrar para si mesma por entre os dentes cerrados que rangiam enquanto ela descia a rua em tropeços ofegantes e desconcertados. Estava ocupada demais para prestar atenção no que pensava, tinha que andar rápido e não deixar as lágrimas escorrerem. Depois que as pernas se cansaram o suficiente para questionar o porque do esforço, depois que os olhos ardiam o suficiente para questionar o porque não das lágrimas, foi aí que ela parou, sentou no meio fio e desatinou a chorar. Um choro copioso que assustou qualquer pedestre que pensasse em ajudá-la. Era claro, estava além da ajuda de um passante inocente. Melhor cuidar da própria vida.
Aos cacos do vaso no chão juntaram-se os de dois copos, depois de um prato, depois os do controle remoto e por fim os do enfeite feio de porcelana sobre a mesinha de centro. Acabaram-se as coisas espatifáveis ao seu alcance, e então ele percebeu que jogar coisas na porta não faria ela se abrir de novo, e que ela já não estava mais escutando as coisas se espatifarem na porta. Viu que sua mão tinha sangue, e primeiro achou que tinha se cortado com algum caco. Depois viu que as feridas foram provocadas pelas suas unhas entrando na carne da sua mão, enquanto ele as fechava convulsivamente em ódio irreprimível e irracional. Nada se espatifaria satisfatoriamente a ponto de controlar sua raiva. O ódio impotente crescia, tomando forma de uma angustia irreprimível. Encolhido no sofá, ele chorava como um bebê de colo ao relento. Se sua dor fosse apenas um pouco maior, parecia, talvez ele não precisasse mais se importar com ela. Os dentes dele desfaziam-se enquanto ele esfregava sofregamente sua arcada superior contra a inferior. Os gritos eram abafados pelas almofadas do sofá nas quais sua cara se enterrava, e seus braços tremiam descontroladamente.
Ela, sem perceber, mordia os lábios e afundava seus sapatos recém-lavados na água suja que escorria pela sarjeta. As lágrimas escorriam mais rápido do que caberiam em seus pequenos olhos, e os soluços se atropelavam pela sua boca, sacudindo seu corpo esquelético em chacoalhadas repetidas. Acompanhando seu choro, uma espécie de gemido fino se esgueirava pela sua garganta. Envolvendo seu corpo com seus braços, balançava-se para a frente e para trás. Seu nariz estava vermelho e escorria. O dono da banca de jornal observava a cena, com repulsa e pena pela patética criatura sentada na calçada.
Os sapatos estragaram na água da sarjeta. A televisão ficou sem controle remoto.
Misturou o ontem num copo de pinga, virou goela abaixo. Deitou-se de lado e quis dormir. Quis espatifar o mundo contra a porta, afogar a vida na sarjeta. Teve medo da vida não lhe pertencer mais.

terça-feira, maio 18, 2004

O blig apagou meu blog e com isto levou cerca de dois anos de textos meus. Que eu gostava e que eu não gostava. Só sobrou a parte que eu tenho salva no computador. Que pena que a gente perde as coisas assim.
Eu reparei que sinto falta de mim mesmo. Não sei onde me procurar.

segunda-feira, maio 17, 2004

Continuação do meu post que eu não escrevi.

Poodles são criaturas estúpidas, cretinas de verdade. Mas este não é o caso, atualmente eu não me daria ao trabalho de sentar pra escrever um tratado sobre meu desgosto por poodles. O caso aqui é muito mais grave, pois apesar de nossa tendência a antropomorfização de animais estúpidos, eles continuam sendo criaturas irracionais que não tem culpa ou vontade sobre suas imbecilidades, sejam quais forem elas. Infelizmente, não podemos dizer o mesmo sobre um indivíduo que venha a gostar de uma criatura assim. Especialmente alguém que sabe muito bem como e porque não gostar de poodles. Não é uma coisa incrivelmente patética aquelas madames cretinas que fazem sua vida girar em torno de um cachorrinho cretino, deixando que aquele bicho conduza suas vontades de um lado para o outro? O poodle, por outro lado, nunca será capaz de retribuir aquele sentimento cultivado por ele. Poodles não amam: eles comem, dormem, latem, defecam e são pentelhos, mas eles não vão ter amizade ou estima por você do mesmo modo que você pode ter por eles. Nunca. E é uma coisa triste quando você ignora este fato.
Uma pessoa que odeia poodles, quando passa a gostar de um poodle, em geral não deixa de odiar poodles. Você olha o resto dos poodles do mundo e vê que eles são idiotas. Aí você olha bem pro tal poodle que você gosta, e vê coisas idiotas nele também. Aí você passa a odiar a si mesmo, por fazer algo que você considera imbecil, como gostar de um poodle. Aquela sua vontade enorme de bicar poodles na parede começa a se voltar contra você, e você quer bicar sua própria cabeça contra a parede. Você olha alguém fazendo aquelas vozes idiotas de conversar com bebês e cachorros, e uma pessoa se humilhando desesperadamente para ganhar atenção do cachorro. E de repente você se flagra fazendo o mesmo, e sente náuseas de ser aquela pessoa, e mais ainda por continuar fazendo aquilo. Tem uma hora que você começa a defender seu poodle, comparando com os outros, tentando provar para si mesmo e para todos que ele é melhor. Ridículo. E provavelmente o mais lamentável é quando você percebe que por mais ridículo que seja, por mais que você faça de tudo para gostar do poodle, ele simplesmente prefere um pedaço de carne ou outra pessoa que tenha mais talento com poodles idiotas.
Pro inferno os poodles e pro inferno os idiotas que gostam deles.

O2

I wanna run away
I wanna get away
but I will never get up
oh won't you help me up

I rely on oxygen
I depend on the bitter snow
I rely on oxygen
I depend on the bitter cold

I want to know
why it hurts to stay
and hurts to go away
will I be ok?

Crawled out of the mud
this filth you called your love
slept for countless days
but I will be ok

I wanna run away
I wanna get away
but I will never get up
oh won't you help me up

I rely on oxygen
I depend on the bitter snow
I rely on oxygen
I depend on the bitter cold

I didn't know I could feel this low
so afraid that I'll watch you go
I didn't know I could feel this low
so afraid that I'll watch you go

Take my strength out
but I'm not down
Write this reverse
I'm not down

I wanna run away
I wanna get away
but I will never get up
oh won't you help me up

Take my strength out
but I'm not down
Write this reverse
I'm not down

sábado, maio 15, 2004

- Sabe Verônica, eu vejo você em silêncio por tanto tempo e você me faz pensar muito sobre isto. Acho que às vezes as pessoas falam demais e dizem muitas coisas que não valem nada para elas e para os outros. Mas nos seus olhos eu vejo alguém observando o mundo e aprendendo, eu vejo alguém que parece mais sábia do que o senso comum. Acho que eu tenho que te agradecer muito por me ensinar o valor das palavras.

Verônica continuou quieta, e a seu interlocutor pareceu mais uma demonstração sobre a grandeza das palavras. Mas se ela se desse ao trabalho de abrir a boca pra lhe dizer algo, seria mais ou menos assim:

- Grandeza das palavras o caralho. Eu não vou gastar meu tempo pra falar um monte de merda inútil pra gente que só para pra ouvir os outros porque depois quer que os outros parem para ouvir também. Se as pessoas achassem que as merdas que falam valessem alguma coisa, aí sim guardariam para elas ao invés de despejar em torrentes intermináveis de asneiras descontroladas. Eu só tenho merda pra falar, merdas que nem esta que você acabou de me falar, e por isto não me dou ao trabalho de abrir a minha boca. No dia em que falar for valer a pena, pode apostar também que não vou perder meu tempo falando com você. Eu passaria tanto tempo procurando alguém pra quem valesse a pena falar, que acabaria ficando quieta do mesmo jeito.

- É. - foi o que Verônica respondeu depois de um tempo. - você tem dois reais pra eu pegar o ônibus?

Ela sabia gastar sua saliva com o que era importante de verdade.

sexta-feira, maio 14, 2004

Hoje faz um ano que cortei meu cabelo.
Conclusão: meu cabelo cresce uns sete centímetros por ano.
Quanto as outras coisas que poderia dizer, só existe uma coisa a falar: Quando disser algo, cuide para que seja melhor do que o silêncio.
Vou cuidar, cada vez mais. Principalmente quando alguém está ouvindo, e mais ainda quando forem vocês, de fora da minha cabeça.

The trick is to keep breathing

She's not the kind of girl
Who likes to tell the world
About the way she feels about herself
She takes a little time
In making up her mind
She doesn't want to fight against the tide

And lately,
I'm not the only one
I say never trust anyone

Always the one who has to drag her down
Maybe you'll get what you want this time around

Can't bear to face the truth
So sick, he cannot move
And when it hurts he takes it out on you

And lately,
I'm not the only one
I say never trust anyone

Always the one who has to drag her down
Maybe you'll get what you want this time around

The trick is to keep breathing
The trick is to keep breathing

She knows the human heart
And how to read the stars
Now everything's about to fall apart

I won't be the one who's going to let you down
Maybe you'll get what you want this time around
(The trick is to keep breathing)
I won't be the one who's going to let you down
(The trick is to keep breathing)
Maybe you'll get what you want this time around

The trick is to keep breathing
The trick is to keep breathing
The trick is to keep breathing
The trick is to keep breathing
The trick is to keep breathing
The trick is to keep breathing
The trick is to keep breathing

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Hand in my pocket

I’m broke but I’m happy
I’m poor but I’m kind
I’m short but I’m healthy, yeah
I’m high but I’m grounded
I’m sane but I’m overwhelmed
I’m lost but I’m hopeful baby
What it all comes down to
Is that everthing’s gonna be fine fine fine
I’ve got one hand in my pocket
And the other one is giving a high five
I feel drunk but I’m sober
I’m young and I’m underpaid
I’m tired but I’m working, yeah
I care but I’m restless
I’m here but I’m really gone
I’m wrong and I’m sorry baby
What it all comes down to
Is that everything’s gonna be quite alright
I’ve got one hand in my pocket
And the other is flicking a cigarette
What is all comes down to
Is that I haven’t got it all figured out just yet
I’ve got one hand in my pocket
And the other one is giving the peace sign
I’m free but I’m focused
I’m green but I’m wise
I’m hard but I’m friendly baby
I’m sad but I’m laughing
I’m brave but I’m chicken shit
I’m sick but I’m pretty baby
What it all boils down to
Is that no one’s really got it figured out just yet
I’ve got one hand in my pocket
And the other one is playing the piano
What it all comes down to my friends
Is that everything’s just fine fine fine
I’ve got one hand in my pocket
And the other one is hailing a taxi cab...

quinta-feira, maio 06, 2004

Blam!
É um barulho assustador o de uma porta batendo. Assustador e triste.
Eu nunca achei que seria uma decisão fácil, mas acho que seria ainda mais estranho pensar que ela seria assim tão difícil. Por ser assim tão mais difícil do que eu achei que seria, ela foi procrastinada por tanto tempo. Mas eu não podia fazer isto para sempre.
As coisas começaram bem antes dos meus primeiros dias. Elas começaram no colegial, quando eu decidi abandonar uma escola que eu, apesar de tudo, amava, pra ir para uma que eu odiava. Depois disto foi pior, eu tive que abandonar uma faculdade que gostava para voltar pro cursinho. E eu já estava embarcando pro segundo ano de cursinho, sem hesitações nem nada.
Daí vieram os primeiros dias, e destes eu não vou esquecer nunca. Só quem estava lá sabe como aquilo foi horrível. Eu sobrevivi, mas as coisas não mudaram. Os primeiros dias arrastam-se em primeiras semanas e primeiros meses. Provas, cadáveres, relatórios, isolamentos. Quando as coisas pareciam melhorar elas pioravam. Mas sabe o que? Eu sobrevivi, e bem. Eu consegui me virar de uma maneira surpreendente, e descobri coisas sobre mim mesmo que eu jamais suspeitaria que existiam. E descobri coisas sobre os outros que jamais suspeitaria. Eu excedi limites que nem mesmo sabia que existiam. No final, eu já estava tirando de letra.
O tanto de merda que eu tive que aguentar, que eu tive que superar. E, quando você menos espera, você olha pros lados e percebe que conquistou um espaço seu, só seu, e que nenhum filho da puta pode tirar ele de você. Depois de um bocado de percalços, eu tive meu espaço. Eu olhava pra pessoas e podia, sinceramente, considerá-las amigos. Eu não tinha nada a temer, eu não devia merda nenhuma para ninguém. Pro bem ou pro mal, eu estava em casa.
E foi bem aí que eu tive que ir embora.
Eu carreguei o mundo nas costas por dois meses, e o fiz com uma habilidade que novamente me surpreendeu. Meu coração se rasgou, e de todos os jeitos eu tentei remendar os pedaços da minha vida que me puxavam de um lado pro outro.
Hoje eu acabei com isto, e acho que foi a decisão mais difícil da minha vida. Cheguei lá, pedi o papel, fui carimbar, até que estava segurando as pontas. Não olhe pra trás, não olhe pra trás. Aí aparece do meu lado uma Priscila, e depois eu vejo os olhos dela marejados. Não adianta, não tem como explicar o que foi assinar aquele papel, o que foi guardar este sonho na estante, o que foi mudar de caminho depois de ter lutado tanto por este.
Desculpem o punhado de clichês idiotas, mas é como as coisas aparecem. Você não escolhe a medicina, de verdade. Ela escolhe você, e ela te persegue até o fim, incessantemente. E eu sei que trancar ou não trancar, fazer ou não fazer um curso não muda nada disto. Ela vai me perseguir pra sempre, de um jeito ou de outro, quer eu queira, quer não. E eu vou ter que aprender a conviver com isto. A porta pode estar fechada, mas ela ainda está ali.
Agora, é bom que eu faça esta merda de letras direito, é bom que eu faça alguma coisa pra valer. Porque se eu fiz isto à toa, pode apostar que eu nunca vou me perdoar. E se eu perceber que não fiz nada direito em um ano, pode apostar que eu vou voltar correndo praquela porta, antes que ela se feche pra sempre. Um ano pra destrancar a matrícula, este é o prazo. Um ano pra ter certeza que eu quero fazer letras, este vai ser o prazo também. Porque se eu não tiver certeza de que é isto, eu volto pra medicina. Eu sei que ela sempre vai me querer de volta tanto quanto eu sempre vou querer voltar pra ela.
Mas agora ela está trancada. Agora eu sou um aluno de letras.
Desejem-me sorte, porque eu vou precisar.

quarta-feira, maio 05, 2004

Basket Case

Do you have the time to listen to me whine
About nothing and everything all at once
I am one of those
Melodramatic fools
Neurotic to the bone
No doubt about it

Sometimes I give myself the creeps
Sometimes my mind plays tricks on me
It all keeps adding up
I think I’m cracking up
Am I just paranoid ?
Or Am I just stoned

I went to a shrink
To analyze my dreams
She says it’s lack of sex that’s bringing me down
I went to a whore
He said my life’s a bore
And quit my whining cause it’s bringing her down

Grasping to control
So you better hold on

Sometimes I give myself the creeps
Sometimes my mind plays tricks on me
It all keeps adding up
I think I’m cracking up
Am I just paranoid ?
Or Am I just stoned

segunda-feira, maio 03, 2004

Hey

hey
been trying to meet you
hey
must be a devil between us
or whores in my head
whores at my door
whores in my bed
but hey
where
have you
been if you go i will surely die
we're chained

uh said the man to the lady
uh said the lady to the man she adored
and the whores like a choir
go uh all night
and mary ain't you tired of this
uh
is
the
sound
that the mother makes when the baby breaks
we're chained
Where is my mind?

Ooooooh - stop

With your feet in the air
and your head by the ground
Try this trick and spin it, yeah
Your head will collapse,
and there's nothing in it
and you'll ask yourself:

Where is my mind?
Where is my mind?
Where is my mind?

Way out,
in the water see it swimmin'

I was swimmin' in the Caribean
Animals were hiding behind a rock
Exept the little fish,
when they told me east is west
trying to talk to me to me
koy-koy

Where is my mind?
Where is my mind?
Where is my mind?

Way out,
in the water see it swimmin'

With YOUR feet in the air
and your head on the ground
Try this trick and spin it, yeah
Your head will collapse
and there's nothing in it
and you'll ask yourself:

Where is my mind?
Where is my mind?
Where is my mind?

Way out,
in the water see it swimmin'

With your feet in the air
and your head on the ground
Try this trick and spin it, yeah...