terça-feira, agosto 30, 2005

O menino que usava camisetas brancas e meias pretas sempre iguais teve um sonho metalinguístico. Dormiu em sua cama, na mesma hora e do mesmo jeito que dormia todas as noites, com um copo d'água, dentes escovados, pijama verde de flanela e toda a vontade de que a noite não chegasse ao fim, porque ao fim da noite sempre vem o longo dia, tão mais longo que a noite e tão mais longe da vida. No seu sonho, que veio na forma de um despertar pro dia, o menino andava naquele simulacro de vida-do-dia-normal que a nossa cabeça faz quando estamos dormindo. Mas a nossa cabeça, assim como o menino (apesar de usar camisetas brancas e meias pretas sempre iguais) não gosta de mesmices, rotinas, relógios, ponteiros ou de leis da física e outras coisas que a gente vê nos filmes e nos livros da escola, e foi por isso que neste sonho o menino tinha camisetas pretas e meias brancas. E o menino entrou na escola, não do jeito que as pessoas chamam de "de verdade", porque deste jeito ele estava na sua cama, de olhos fechados e de pijama, e "de verdade" ninguém vai à escola desse jeito. Mas no seu sonho, ou seja, aquilo que as pessoas chamam "de mentira" ou "de faz-de-conta", o menino do sonho entrou na escola com camiseta preta e meias brancas. Mas o menino de "faz-de-conta", quando sentou na carteira não assistiu aula. Ele dormiu, e no seu sonho usava camiseta branca e meias pretas.

domingo, agosto 28, 2005

Meu pai, arrumando uns lixos no quarto dele, achou uma sensacional tabela de interesses que foi desenvolvida durante o meu curso vocacional (não, não me pergunte porque caralhos eu fiz uma idiotice destas. Faz parte de um passado negro da minha vida, meus pais insistiram muito e eu estudava na escola mais escrota do mundo). Esta tabela foi desenvolvida a partir de um teste de assinalar, mais ou menos que nem aqueles que tem na Capricho pra vc ver se o seu namorado te chifra ou se vc é uma vagabunda na moda. Os meus interesses, segundo o teste, são assim ó:

Ar livre 15%
mecânica 20%
cálculo 10%
científica 45%
persuasão 65%
artística 55%
literária 85%
musical 98%
social 99%
serviço de escritório 15%

Vale lembrar que eu fiz esta merda em 2001. Isso me faz pensar na seguinte questão: Será que, de acordo com os excelentíssimos psicólogos que elaboraram um teste tão fenomenal, dá pra mudar os resultados e trocar seus interesses? E, se sim, qual o sentido de fazer este teste pra escolher uma "carreira" se depois seus interesses vão mudar?
Isso é o que eu chamo de post idiota.

segunda-feira, agosto 22, 2005

Eu sei que já disse milhares de vezes, pra mim mesmo, pros outros, pra todos e pra ninguém, que eu nunca fiz nada disso por você. Não há nada mais ridículo (e aqui neste ponto eu peço que me concedam a legítima licença poética do exagero desmesurado) do que alguém que se importa tanto fingindo o descaso e a indiferença.
Eu fiquei olhando praquela foto, trancado no meu quarto, que eu guardo bem no fundo da minha gaveta e espalhada por todos os lados e momentos dos meus pensamentos. Eu fiquei pensando naquele dia, que o tempo cronológico guarda há mais ou menos um ano de hoje mas, e com um refinado senso de crueldade insiste em afastar de mim na ordem de um dia por dia, e que eu, com uma não-tão-refinada falta de senso de auto-piedade, guardo nas minhas memórias mais lamentáveis e, paradoxalmente, felizes, fazendo questão de aproximar de mim na ordem de cinco ou seis pensamentos por dia, em um dia regularmente comum. A conclusão do pensamento sobre o tal dia (fato não incomum, se considerarmos a explicação já daquela frase anterior), se é que deveria haver alguma, é que eu chego quase sempre às mesmas conclusões. A não ser, evidentemente, nos frequentes casos em que não chego a conclusão alguma. Mas, começo a pensar, mesmo isto tem sido uma conclusão óbvia e um lugar-comum. Reclamar e lamentar-me das obviedades e das próprias reclamações tem cada vez mais se constituído em uma metalinguagem tão amortecida pelo repetimento enfadonho que nem tenho coragem de encarar meus próprios pensamentos a respeito. E, aqui, neste delimitado espaço de linhas e de minutos, coloco em prática mais uma enfadonha reclamação, pois disso não passará este infértil recém-nascido texto, desta vez tratando a respeito das próprias repetições que amontoei ao longo de meus pensamentos, de meus dias iguais, de minha vida. E, tal qual nos diferentes textos repetidos que produzo, aqui neste já venho me repetindo de maneira irritante há um número considerável de linhas.
Desafortunadamente, a solução para tal problema, diferentemente de sua causa, me escapa de maneira desconcertante e irritante. E a questão em si importuna minha mente de maneira tão insistente, incisiva, insuportável, que aquelas considerações primeiras a respeito de não fazer as coisas por alguém, ou ainda sobre o pensamento que tinha enquanto olhava a foto no fundo da gaveta, acabaram por se soterrar sobre uma avalanche de intervenções nada pertinentes. E agora, pensando neste problema e no resto da minha vida, fico me questionando se realmente vale a pena, a esta altura (tanto da vida quanto do texto), tentar começar a falar sobre estas coisas que iria falar.
Mais uma vez, como era de se esperar pra qualquer um que more dentro dos meus pensamentos, eu procrastinarei minhas vontades e a emancipação de minhas capacidades de libertar minha vida e minha felicidade da pequena e abafada jaula onde elas se encontram aprisionadas.

quinta-feira, agosto 18, 2005

eu sei que não ando utilizando este fértil espaço de comunicação com frequencia, mas mando aí um link bacana pra vcs.

http://www.polmil.sp.gov.br/inicial.asp

Tem uma maravilhosa enquete ali no canto sobre o que vc acha do trabalho da polícia militar que eu recomendo a todos. Dêem sua opinião sobre estes dedicados Paladinos da Lei que zelam pelo Bem, a Ordem, a Moral e a Decência de nosso estado.
Se vcs estiverem na dúvida e quiserem boas atualizaçãoes sobre o primoroso serviço, recomendo dar uma olhada sempre no site do CMI

www.midiaindependente.org

beijinhos.