quinta-feira, junho 12, 2014

Um pouco sobre a greve do metrô



Era uma campanha salarial, mas se tornou uma escola de guerra e a principal arena da luta de classes no país. Depois que os metroviários entraram em greve, depois que colocaram em ação os seus piquetes combativos para impedir a contingência, depois que enfrentaram a repressão e as prisões, que passaram por cima do TRT e decidiram lutar, a greve dos metroviários deixou para o passado sua condição de luta salarial e se transformou em uma arena decisiva do combate entre patrões e trabalhadores, burgueses e proletários, exploradores e explorados.

A burguesia não deixou pra menos e resolveu que, se essa greve era um exemplo pros trabalhadores do Brasil e do mundo, que voltavam seus olhos para ela acompanhando cada passo da luta, como quem está no campo de batalha, então, eles, os patrões, deveriam transformá-la em um exemplo também: um exemplo de como reprimir os que ousam levantar sua cabeça e dizer não. E assim é que se desenvolve a luta dos metroviários.

O Metrô de São Paulo é uma empresa pública. Seria razoável, portanto, assumir que ela não tem lucro: ora, qual a finalidade de uma empresa pública de transporte? Fornecer transporte! Então, deveria fazê-lo pelo menor custo possível e com a maior qualidade, certo? Pois bem, não é bem assim na prática. Quem controla o metrô é o Estado. E, infelizmente, se mantém atualíssima a definição de mais de 150 anos de Marx e Engels, de que o estado moderno não passa de um administrador dos negócios da classe capitalista. E o metrô de São Paulo, com mais de quatro milhões de "clientes" por dia e garantia de fidelidade, é um ótimo negócio! Uma parte, já foi diretamente loteada para a iniciativa privada através do consórcio da Linha 4. Outra, permanece nas mãos do governo estadual, dirigido por uma das oligarquias mais reacionárias da burguesia brasileira: o PSDB paulista, capitaneado hoje pelo fanático da Opus Dei, Geraldo Alckmin.

O metrô tem lucro e não esconde isso: tanto que seus funcionários recebem uma PLR (Participação nos Lucros e Rendas) anualmente. O lucro, que não deveria haver em qualquer empresa pública, se torna um "prêmio" por produtividade para os funcionários. Os trabalhadores ganham algumas migalhas do banquete de seus patrões. A PLR é, por si mesma, algo contrário aos interesses dos trabalhadores: ela consiste em tentar cooptar os trabalhadores para o interesse de que seu patrão lucre mais, para que ele possa ter ao final do ano uma migalha maior. Quanto maior o lucro, maior a PLR. É o oposto do salário. Como disse há 115 anos o camarada Lenin:

"Os patrões pagam aos operários unicamente o salário imprescidível para que estes e seus familiares possam subsistir, e tudo o que o operário produza acima dessa quantidade de produtos necessária para seu sustento é embolsado pelo patrão; isso constitui seu lucro. Portanto, na economia capitalista, a massa do povo trabalha por contrato para outros; não trabalha para si, mas sim para seus patrões, e o faz por um salário. Se compreende que os patrões tratem sempre de reduzir o salário: quanto menos entregam ao operário, mais lucro lhes sobra. Em oposição, os operários tratam de obter o maior salário possível para poder dar à sua família uma alimentação abundante e sã, viver em uma boa casa e se vestir não como mulambentos, mas como se veste todo mundo."

O Metrô de São Paulo trata de ser como qualquer patrão: quer arrancar o couro de seus trabalhadores tanto quanto possível, e tirar a sua fatia. Para onde vai esta gorda fatia de dinheiro arrancada do trabalho dos metroviários? Isso, nós podemos ver estampado nos jornais: é o que alimenta os mais de 400 milhões de reais do propinoduto, em que todo os escalões do funcionalismo embolsaram seu quinhão, incluindo o governador José Serra. O dinheiro, vindo das tarifas e do subsídio estatal, se transforma em champagne, mansões, iates... e, claro, carros e helicópteros para que nenhum deles precise se apertar no metrô ou no ônibus, que continuam lotados graças às suas falcatruas. Um dos ralos de dinheiro do propinoduto foi justamente na compra de um sistema que garantiria um menor intervalo entre os trens e, assim, faria com que a lotação nos vagões diminuísse consideravelmente. Mas, não tem problema: o carrão do Alckmin está garantido com o lucro do metrô, e, para o povão, é só colocar uma propaganda dizendo que trem lotado "é bom pra xavecar a mulherada", incentivando abertamente o assédio sexual no metrô, enquanto cinicamente coloca anúncios de que os agentes de segurança são treinados para lidar com esses casos - o que é falso e coloca esses trabalhadores em uma situação lastimável de trabalho.

Aumento salarial? Nem pensar! Dá um prêmio de produtividade, a PLR, no fim do ano, que é apenas uma migalha dos milhões desviados no propinoduto, e aí se encherem o saco demais é só dizer que os metroviários ganham bem mais do que os trabalhadores por aí. O que é uma triste verdade... Só que ganham um nada, comparados com os parasitas que não estão nas plataformas, nas bilheterias, nos trens todos os dias e vivem de explorar seu trabalho. Assim, quem é xingado todos os dias por usuários pela péssima qualidade do transporte são aqueles que dão seu sangue e que recebem "unicamente o salário imprescindível para o sustento de sua família", e não os parasitas que são culpados e compram seus helicópteros com o dinheiro que deveria garantir qualidade e boas condições de trabalho. Mas, aí, pro governo tá ótimo, porque apanhando do usuário o metroviário fica mais suscetível à lavagem cerebral da empresa, que, desde a contratação, o ensina a odiar cada usuário, como se ele também, ao tirar seu uniforme, não ficasse puto com a merda que é pegar aquele vagão lotado que nem dá pra entrar. Usuário briga com metroviário, metroviário briga com usuário, usuário briga com usuário. E o Alckmin e seus parasitas só na maciota do propinoduto.

Quando o metrô de São Paulo decide parar, a burguesia saber que vai ter que jogar duro: não é qualquer categoria que está em greve. É o coração da economia brasileira que está em jogo, a circulação de mão de obra da principal metrópole do país. E, pode apostar, a burguesia não brinca em serviço. Assim, quando os metroviários votaram em sua assembleia por greve, era necessário estar preparado para uma guerra pesada. Assim foi: o plano de contingência do metrô envolvia colocar todos os supervisores para operar trens e fazer o papel dos agentes de estação, vendendo bilhetes, controlando as catracas. Garantir os pontor nevrálgicos, para a burguesia, claro. A linha verde, menina dos olhos da burguesia, seguiu funcionando em grande parte. Azul e vermelha, parcialmente. Lilás, que é minúscula, inteira. Os metroviários piquetaram os pátios. Na reunião de negociação, o governo Alckmin revelou sua linha dura: impor uma derrota completa à categoria era a sua meta, e nada além do que já havia foi oferecido.

Com este cenário se abriu a assembleia ao fim do primeiro dia de greve. Uma greve fortíssima na base da categoria, com imensa adesão nas estações e pátios e muita disposição de luta. E, mesmo assim, uma quantidade muito grande de estações funcionando, se considerarmos a imensa adesão. Isso era parte da preparação do governo: depois da greve de 2012, que parou o metrô por apenas meio período, a empresa viu que era necessário se preparar para novos enfrentamentos. Promoveu muitos operadores de trem a supervisores; assim, quando chegasse a greve, poderia colocá-los para operar os trens. Chefe pelego é uma redundância.

Mas, antes de falar sobre essa assembleia decisiva, façamos um parênteses para dizer como chegaram os metroviários para essa luta duríssima. Seu sindicato fora dirigido desde 1989 pelo PCdoB, um partido para o qual a palavra pelego hoje é um elogio: estão sentados no colo da burguesia, atacando os trabalhadores em toda a linha. São o retrato da burocracia sindical, os agentes da burguesia no movimento operário. A última greve que haviam dirigido no metrô foi em 2007; o resultado foram 61 demissões, contra as quais o sindicato não fez absolutamente nada. Uma pesadíssima derrota pra categoria, que, evidentemente, ficou com muito medo de sair à luta. Mas os trabalhadores não são idiotas: aprendem com a história, com os erros, com as derrotas. O PCdoB já não podia mais iludir a categoria. E havia uma oposição: a chapa encabeçada por PSTU e PSOL venceu a eleição, e tomou a direção do sindicato da burocracia.

Foi pouco depois disso que participei pela primeira vez de uma assembleia dos metroviários, na condição de estudante e apoiador da luta. Era uma assembleia que tinha tudo para votar greve. Mais de 1500 metroviários enfurecidos enchiam a quadra do sindicato. Vários deles levavam nas costas grandes mochilas com colchonetes, para pernoitar no sindicato e ir direto para os piquetes, depois da aprovação de greve na categoria. A direção do sindicato se dividiu: PSOL defendia contra a greve, PSTU a favor. E foi pra votação: o contraste foi nítido, a categoria queria greve, por mais ou menos 70% a 30% dos presentes. Eu, junto a meus camaradas metroviários, já comemorávamos, quando o PSTU toma a palavra para... retirar a proposta de greve! Sem hesitar, nos colocamos para manter a proposta de greve: inútil, a direção do sindicato simplesmente nos impedia de defender qualquer posição na assembleia. "Tá pensando que isso aqui é movimento estudantil", disse um militante do PSTU. Sim, isso mesmo: a oposição de esquerda ao PCdoB tomou para si as práticas da burocracia sindical, e disseram ali no microfone que "a categoria estava dividida." Antes que terminassem seu blá, blá, blá, metade da assembleia ia embora puta da vida com aquele sindicato. Era a primeira, ainda pequena, experiência da categoria com sua nova direção...

O PSTU é assim: um partido com um discurso vermelho, inflamado, de esquerda, revolucionário. Mas, quando chega na cara do gol, tem medo, é cético. Acha que a classe não aguenta o tranco. E é essa tragédia que se repetiria em 2014, no momento decisivo. Alckmin é uma direita, ideológica, dura, disposta a ir até o fim na luta. Com ele não tem meio termo: quer derrotar seu inimigo até o fim. Essa determinação, sentada no governo estadual, os trabalhadores não teriam na sua direção.

Voltemos à assembleia, após o primeiro dia de greve. É por conhecer essa postura vacilante do PSTU, que ora vai à esquerda, ora à direita, e que na tradição marxista recebe o nome de centrismo, que muitos de nós nos surpreendemos ao ver que eles defendiam a manutenção da greve, sem hesitação. Mas era necessário avançar, ou não arrancaríamos nada do governo: propusemos piquetar as estações chave onde se reuniam os supervisores pelegos, para impedir a saída dos trens e garantir uma greve pra valer. Não tem polêmica, disse o sindicato: queremos fazer a mesma coisa. Assim, se dividiram os metroviários: além dos piquetes nos pátios, iriam para Brás, Bresser, Ana Rosa. Nós tivemos mais peso em Ana Rosa, e aí se mostrou a diferença entre os que querem levar a luta até o fim, e os que vacilam. Em Ana Rosa, as operações ficaram paradas até sete, sete e meia. A polícia entrou e teve que reprimir os metroviários com cacetetes, bombas, e levou um preso, militante dos metroviários pela base. Em Brás, após uma rápida negociação, a retirada "pacífica" dos metroviários.



Bom, agora imagino alguém que vá perguntar: "Então, a diferença entre vocês e o PSTU é que vocês querem ser reprimidos pela polícia e eles não?". Não. Não tem nada a ver com isso a diferença. Existe um conceito que para nós é muito caro, chamado auto-organização. Ele quer dizer que para nós, parte fundamental da estratégia para vencer, é que os trabalhadores se organizem pela base, ou seja, que cada trabalhador, a partir de seu local de trabalho e com seus colegas, seja protagonista de sua luta. Isso significaria, por exemplo, que antes da greve todas as estações, pátios, setores, deveriam fazer reuniões onde se discutisse profundamente a greve, a mobilização, as táticas, as formas organizativas. A partir disso, cada reunião votaria delegados: alguns trabalhadores que julgassem que representam melhor a posição daquele setor, e que está mais preparado para levar a luta adiante. Juntando todos os delegados eleito em cada sessão, se formaria um comando de greve. A direção do sindicato, a partir daí, deixaria de existir enquanto tal, e o papel que ela cumpria, de ser a direção política da categoria, passaria ao comando de greve. Esse comando, ligado organicamente à cada estação, poderia organizar piquetes muito mais amplos e com muito mais força, estaria mais preparado politicamente e fisicamente para resistir às investidas da polícia, estaria mais preparado para discutir com cada metroviário os próximos passos da luta.

Ainda assim, mesmo sem tudo isso, o piquete de Ana Rosa foi decisivo: mostrou uma nova camada de metroviários dispostos à luta, e que poderiam melar o plano de contingenciamento do governo. Mas a burguesia não brinca em serviço: Alckmin manteve sua linha de nenhuma concessão, depois de botar a polícia para descer o cacete nos piquetes. No fim de semana, a linha foi "cozinhar" a greve para esperar o julgamento do TRT no domingo. E aí, novamente, outro ponto em que o PSTU não faz juz ao seu auto-intutulamento como partido revolucionário. Uma definição elementar do marxismo é que o Estado nunca é neutro: ele é um órgão de repressão, de dominação de uma classe sobre a outra. O TRT, como órgão do Estado burguês, está a serviço dessa classe. Mas frequentemente o PSTU alimenta esperanças nos trabalhadores nas decisões do TRT, quando deveria fazer o contrário. O TRT julgou a greve abusiva, o que era evidente. Aí, novamente, o PSTU surpreendeu: defendeu a manutenção da greve. PCdoB começa a mostrar sua cara, mas é ostensivamente vaiado na assembleia ao dizer que era hora de recuar. A greve continua.

Contudo, a direção do sindicato não prepara os trabalhadores para o inevitável cenário do dia seguinte: com a "justiça" do seu lado e a abertura da copa há quatro dias de distância, é hora do governo jogar com a artilharia pesada. Se o sindicato fosse sério na luta, saberia que no dia seguinte viriam as demissões, e teria preparado os trabalhadores para esse cenário. Mas nada disso... continua a greve como antes. Dito e feito: segunda-feira o piquete da Ana Rosa migra para Vergueiro atrás dos pelegos. A polícia vem dura pra cima, e prende 13 metroviários, que eram cerca de 90 antes de conseguirem fugir em grande parte pela saída de emergência e dar um belíssimo olé na polícia. Logo depois, começam a vir as demissões. Na greve, à noite, a direção do sindicato já aparece dividida. A burocracia sindical, que não é nada burra, sabe que defender abertamente contra a greve é um tiro no pé. Então, tendo uma boa experiência, sabe usar o velho discurso de "desmobilizar para mobilizar", e defende a "suspensão" da greve para voltar no dia da abertura da Copa. PSOL embarca junto na pelegagem e no plano de desmonte da greve. PSTU defende a greve, mas nem se dá ao trabalho de colocar Altino, a principal figura pública e presidente do sindicato, para defender. Além disso, dão novamente uma mostra de seu entendimento do que é a democracia operária simplesmente impedindo que façamos uma fala para defender a greve.

A categoria está com medo. Ainda é fresca a memória das demissões de 2007 e de como elas não foram revertidas. O PCdoB coloca um demitido de 2007 para defender o fim da greve. Claro, para ele é fácil: ele tem as costas quentes da burocracia sindical, e está muito garantido sem nenhuma mobilização. O medo ajuda a que uma maioria apertada se convença da "tática" de deixar a greve para o dia da copa. A votação é encerrada, com indicativo de greve para o dia 12. Essa é a primeira derrota dos metroviários.

Nos primeiros dias, acompanhando a mídia, acompanhando as pessoas na rua, se via algo novo na greve: a população apoiando massivamente. Uma pesquisa mostrou que quase 80% da população apoiava a greve do metrô, mesmo com uma ofensiva campanha da mídia contra os metroviários. A categoria estava forte, unida. O país mudou, os garis mostraram o caminho: as 42 demissões de Alckmin não seriam páreos para uma categoria decidida, com uma direção firme e orgânica na base, que levasse a greve adiante. Na reunião de segunda com o TRT, o desembargador saiu afirmando que se a greve continuasse era por instransigência do governo. O presidente do metrô falou que readmitira 40 metroviários, mas Alckmin negou: queria uma derrota exemplar. O PT, descabelando-se ao pensar na abertura da Copa sem metrô, começa a pressionar, com Lula à frente, pela readmissão. Faltava um empurrãozinho, muito menos do que um dia de greve da categoria. Mas depois da decisão de suspender a greve, o PSTU, como bom centrista que é, jogou para o alto a greve: parou de mobilizar a categoria para voltar pra greve no dia 12. E, pior ainda, hoje, no dia 11, defendeu que não retornassem à greve. Assim, se fechou com chave de ouro, para Alckmin, a vitória sobre a mais importante greve operária no país desde os levantes de junho. E, para enterrar essa mobilização, o tucano linha dura contou com a ajuda da direção vacilante do sindicato, com o PSTU e PSOL.

É uma derrota dura, mas os revolucionários não são gente que curva a cabeça e aceita as coisas como elas são. A nossa tradição é a do revolucionário Leon Trotski, que viu o Estado operário que ele ajudou a erguer ser dominado por uma burocracia que o expulsou e tomou o poder político da mão dos trabalhadores; e ele não desistiu. Viu a revolução alemã ser sufocada em sangue em 1919, 1921, 1923, e teve a serenidade de fazer o balanço dessas derrotas para que a classe operária triunfasse na próxima oportunidade. Acompanhou minuciosamente a revolução espanhola, um dos maiores levantes da classe operária na história, e tentou passo a passo, ano a ano, influenciar seus rumos. Viu ela ser derrubada pelo fascismo, mas não curvou sua cabeça. Foi desterrado, correu o mundo inteiro até acabar no México, o único país que o aceitaria. De dirigente do primeiro Estado operário e do maior exército revolucionário do mundo, passou a perseguido político tentando construir uma organização internacional com pequenos grupos espalhados em muitos países. Nunca se curvou, nunca hesitou, nunca desistiu. Nossos camaradas demitidos por lutar são os herdeiros dessa tradição. E teremos a serenidade de fazer o balanço e tirar as lições dessa derrota para que os trabalhadores e os revolucionários possam se educar, se forjar na dura luta para que possamos superar as direções centristas, para que possamos construir uma tradição capaz de botar de joelhos não apenas o testa-de-ferro da burguesia, Geraldo Alckmin, mas toda essa classe de parasitas que vivem do nosso sangue e suor. Hoje, um pouco triste, olho com orgulho e admiração nossos camaradas demitidos, e sigo ao lado deles lutando pela reintegração e pela construção de uma tradição combativa, classista, decidida e revolucionária nos metroviários de São Paulo, na classe trabalhadora brasileira e internacional. Não tem arrego! Não vai passar nenhuma demissão!