quinta-feira, junho 23, 2005

A humanidade é um experiência definitivamente frustrada. Quisera eu ter o otimismo de alguns bons corações, mas é foda quando vc se depara com a podridão do mundo real.
Olha esta bosta:

terça-feira, junho 21, 2005

Hoje eu fiz uma coisa que valeu muito a pena, e que me deu um tipo de esperança diferente. É sempre bom parar e ouvir uma pessoa bacana falando, uma pessoa que pode até pensar muitas coisas parecidas com você, mas que sente o mundo de uma maneira essencialmente diferente. Uma pessoa que, na verdade, tem tudo em comum e tudo de diferente. E uma história de uma vida pra contar. É bom saber que tem gente que passa a vida lutando por coisas que eu acredito, chega lá pra frente feliz pra caralho e tendo a certeza absoluta de que tudo valeu a pena completamente. É bom saber, por exemplo, que tem gente que luta uma vida inteira contra o capitalismo e ainda consegue chegar ao sessenta anos acreditando na humanidade e, pasmem, na não-violência.
O Patch Adams é foda, e é sem dúvida uma das pessoas mais carismáticas que eu já vi na vida. É sempre bom lembrar que existem muitos caminhos pra revolução. Ampliar os horizontes é tudo.
www.patchadams.org

Robin Willians o caralho, dá uma olhada lá...

quarta-feira, junho 08, 2005

Do que será que eu estou tentando escapar, afinal?

sábado, junho 04, 2005

Você pode até chamar de uma tristeza saudosista idiota, mas eu te digo que é mais do que isso. São as coisas sendo corroídas, sempre do mesmo jeito.
Há onze anos atrás eu fui no II Encontro Internacional de RPG, na marquise do Ibirapuera. E, desde então, todo final de Maio eu fui na convenção. Este ano eu fui na minha décima segunda convenção de RPG. Mesmo sem conseguir sair da galeria de manhã cedo para ir em caravana, como sempre fazemos, eu fui pra lá.
Eu já fui ridicularizado por muita gente por atribuir uma importância muito grande ao RPG e ao papel que ele pode ter. Mas, mesmo ficando um pouco isolado, eu continuei e ainda continuo defendendo que o RPG não é qualquer merda. Não é assistir novela, nem ler um gibi da mônica, nem jogar palitinho. O RPG pode ser muito mais, muito mais inclusive do que ele é hoje. Só que pra isto muita coisa ainda tem que acontecer. Enquanto ele for um joguinho extremamente elitizado que serva pra meia dúzia de moleques passar o tempo, enquanto ele for tratado como passatempo de nerd bobo que não consegue interagir com o resto do mundo, o RPG vai continuar sendo uma imbecilidade deixada de lado.
Mas o foda é o que aconteceu hoje, quando eu vi o RPG ser banalizado, prostituído, degradado como um lixo que se vende num supermercado. É tarde, tudo que tem potencial pra ser bom caí na mão de filho da puta. E o mundo assiste passivo.
Hoje eu fui na convenção mais esvaziada desde que eu me entendo por gente. No Mart Center, com dezenas de seguranças por todos os lados. Oito reais de entrada, este é o preço pra encontrar as pessoas que jogam também. Noventa reais, este é o preço se você quiser ler o livro de Changeling em português. É, meu amigo, as pessoas precisam se sustentar não é?
Por mais que tivesse seus defeitos, a convenção pra mim sempre foi um espaço de liberdade, muito mais do que de ver livros novos ou qualquer merda assim. E, uma vez por ano, eu realmente me sentia bem de entrar em um espaço onde as pessoas poderiam ser diferentes, ser toleradas. Não digo que a convenção era um espaço maravilhoso e lindo, onde tudo pode acontecer e todos se amam. Mas era um espaço onde pelo menos os jogadores de RPG podiam se sentir um pouco em casa. E era uma coisa que realmente me deixava feliz.
Faz mais ou menos quatro ou cinco convenções que ela se realiza no Mart Center. Com ingresso, com controle de entrada e saída, com seguranças, e com lives realizados numa área quadrada de dez por dez metros, cercada por uma fita. Foi nesta época que passaram a impedir que as pessoas entrassem com espadas, com guarda-chuvas, com bastões, com cajados. Foi nessa época que uma menina morreu jogando RPG, e no sensacionalismo o RPG cavou seu espaço na grande e escrota mídia, no fantástico e nas páginas do jornal. Era hora dos empresários do RPG defenderem seus lucros, mostrando que o RPG zela pela moralidade, pelos bons costumes. O RPG é coisa de família também não é? Como disseram os filhos da puta, temos que mostrar que o nosso "hobby" é saudável. Hobby de cu é rola, bando de ladrão de merda.
No ano passado, um dos juízes do torneio de Jyhad quase foi expulso por "vender cartas dentro do espaço do encontro". É verdade, como fomos esquecer: a exploração dos jogadores é monopólio da Devir e dos seus capangas.
Neste ano, eu e mais várias pessoas quase fomos expulsos também da convenção. O problema, desta vez, foi o atentado à moral cometido pelas palavras de baixo calão que estavam grafadas em nossas roupas. Ou seja, se você aparecer amanhã com uma camiseta escrito "vai tomar no cu" no meio do Mart Center, cuidado com o Caco ou outros manda-chuvas do RPG nacional. Cuidado com os MIB vigiando o salão. Cuidado com as camêras da Globo. Pra vender melhor o RPG, vão ter que convidar a sua pessoa a se retirar daquele ambiente reservado ao lazer saudável e alegre do RPG da Devir.
Eu estou absolutamente puto, e eu acho que é hora de reagir.
Foda-se a Devir e o monopólio do RPG. O RPG não é propriedade deles, e muito menos eles podem censurar o que pensa ou diz qualquer jogador de RPG. Se eles querem cobrar oito reais de entrada para "garantir a estrutura" do encontro, então eles que enfiem o encontro deles no cu. Enquanto o RPG não for livre, ele vai ser controlado por uma máfia e uma corja de filhos da puta. Pra jogar rpg vc só precisa de livros e dados, na verdade nem isso se você não quiser. E eu digo que ninguém deve pagar noventa reais pra jogar Changeling. Todos devem poder jogar Changeling.
É hora de dizer que a gente está pouco se fodendo pro que o Fantástico pensa do RPG, da mesma forma que estamos pouco nos fodendo pro que a Devir pensa de nós. E, se alguém quiser proibir o RPG, que proíba. Quero ver quem é que vai impedir a gente de jogar, seja leis, preços absurdos, seguranças ou entradas de oito reais.
RPG é imaginação, é Glamour, é vida. E isto é livre. E a banalidade destes Dauntains e Auttumn People não vai nos derrubar.