quinta-feira, outubro 16, 2014

Se...



indefeso,
entre a madrugada
e a aurora
      peno
  e penso

ergo minha espada
contra monstros imaginários
a espada, ela também,
deve ser feita de ilusões

a realidade são os números
   os números
        os números
             os números
que conto entre meus dias
   cansados
         cansados
               cansados
oito a maior
       bola bola
          treze a menor
              quinze a maior

os números de mentira
que param no bolso de parasitas
os números que lhes pagamos
para que nos cobrem  novamente
        e digam
           e façam crer
que nossa única opção
é se seremos roubados
        com sorrisos
            ou com porretes
e que malucos são aqueles
que se recusam a escolher seu carrasco
e que escolhem lutar pela vida

enquanto isso...
a ilusão de um toque
é uma fantasia
mais real que qualquer número
       pálpavel,
           que acaricio
da qual alimento meus dias
tal como do sonho,
        palpável,
            concreto
                que construímos
de que tomaremos os números
cortaremos as cabeças dos parasitas
e todos os dias serão feitos de hoje

se apenas pudéssemos nos beijar
e eu derretesse dentro de você
em combustão espontânea
amanhã, quem sabe.
se...

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