quarta-feira, maio 06, 2020

sem rumos

Minha mente, tento ocupá-la, prenchê-la
as coisas importantes, tento me apegar a elas
tento saber que não importam minhas pequenices
em meio ao turbilhão do mundo.

Há gente dizendo que "não dá mais"
depois de décadas, jogando a toalha,
em meio a um mundo que se despedaça
e um horizonte que cabe a nós tomar
tomar o velho céu por assalto

Mas minha mente é imunda, eu trago o pior
minhas chaves continuam lá
meu cais esperando os barcos que já não atracam
não há vento.

E eu preciso de novos jeitos de gastar meu tempo
com a luta, a luta, eu repito às vezes, incessante
e meus ouvidos escutam, mas meu coração não ouve

tento encontrar um jeito sutil de partir
de não me anular, não desaparecer

há algo em você
que não posso ficar sem
eu só preciso disso, aqui.


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