Não sei se me lê.
Não há outra forma possível de dizer, mas não há como não dizê-lo.
A cada dia me dói como uma ferida aberta e gangrenante o peso de minhas ações.
Expressa-o bem o fato de que em meio a um mundo cada vez mais obscurantista, autoritário
No qual as pessoas que admirava e com as quais contava sucumbiram sem hesitação às mentiras
E em um momento em que vejo a medicina assassinar lentamente uma das pessoas que mais amo.
Com frequência me pesa mais do que tudo isto a dor das ações estúpidas que cometi.
E, no entanto, minha covardia me soterra, me emudece.
Minha vergonha é o manto que me cobre.
Eu me envergonho diante de mim
E me calo.
Só nessa garrafa digo de minha dor
e a lanço ao mar do silêncio.
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