Não há uma noite tranquila
Pela janela o cinza cobre o céu e as calçadas,
nas manchetes e nas postagens, as mentiras cobrem as fotos, as falas, a vida,
dentro de mim o sujo de minhas ações, a hipocrisia cobre minha vontade de viver.
Não há uma noite tranquila porque o mundo é ruim,
e eu não sou melhor do que ele para poder me erguer e lutar.
Não há uma noite tranquila porque o que há de preservável nesse mundo
- a flor que nasce no asfalto e fura o tédio, o nojo e o ódio -
meu pé bruto trata de tentar pisoteá-la com sua estupidez.
Sonho com outra vida, com outra realidade menos menos morta
e bebo deste cálice.
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