terça-feira, agosto 10, 2021

 não há no que se segurar.

O resto de vida que senti naquele dia foi apenas para realçar o gosto da morte no resto dos dias. E para me mostrar que me debater não serve para ajudar a ficar na superfície, mas sim para ajudar a levar ao fundo os que tentam me estender a mão.

Melhor afundar sozinho. 

Eu já estou perdendo a possibilidade de nadar. Meus músculos estirados têm cãimbras. Minha vontade já gasta não consegue retesá-los. O desespero se torna a cada dia apatia. E a vaga memória de que há algo que pode nos segurar, há esse toque, se torna dor, porque tocar é ferir.

Não quero ferir. 

Não quero.

Não.

Nenhum comentário: