domingo, fevereiro 29, 2004

Aparentemente, de acordo com experimentos realizados hoje na ilustre residência em que me encontro, torna-se evidente que, por mais que um indivíduo se afogue em um insosso e gigantesco mar de tédio e desilusão consigo mesmo, é difícil que este venha a falecer naturalmente disto, levando em conta que algo tão infrutífero e trabalhoso como o suicídio não se encontra entre os possíveis planos de ação que o ser supra-citado possa vir a realizar eventualmente.
Tendo em vista que o marasmo que vem a inundar os dias do sujeito em questão deve-se a nada menos do que sua incompetência para liderar sua vida de uma maneira um pouco mais agradável do que o ato de ouvir a biblía narrada pelo Cid Moreira, ou retalhar seu corpo com uma gilete e mergulhar em uma banheira de ácido, em nenhum momento pode-se contar com a habilidade e perícia do indivíduo em transformar de tal forma a sua presente situação, levando-o, enfim, a uma situação prazeirosa e de grande conforto e diversão.
Portanto, a não ser que alguma ajuda suprema venha neste momento oportuno, a tendência é que o experimento realizado se prolongue indefinidamente, comprovando assim os resultados de uma vida idiota a longo prazo sobre a medíocre psique de tal desafortunada criatura.
Um "Manual prático para imbecis: Como viver sua vida sem ser um merda" viria a calhar. Além disto, apostando na alta probabilidade de que venham a existir outros seres com similar inabilidade para viverem suas vidas (em grau menor do que o indivíduo em questão, obvamente), torna provável que o autor de tal obra venha a enriquecer fartamente com os direitos autorais de tal obra.

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