quarta-feira, julho 12, 2017

Ódio, angústia, ansiedade e esse vazio
Tuas garras no meu peito arrancam um desespero sem fim.

Choro sem lágrimas, sem sangue.

Essa inércia é meu grito ensurdecedor que não se faz ouvir em nenhuma parte.

Estendo a mão. Não sei para onde.

Estas palavras estúpidas não me salvam. Não salvam nada nem ninguém.

Nessa vida medíocre só seguimos sozinhos, desolados, tentando à toa ignorar que tudo é silêncio e cinzas.

Que tudo o que existe é só o desespero de inventarmos algo que nos impeça de ouvir o eco de nossa própria voz ressoando nesse abismo.

Eu grito teu nome, mas, como tudo mais, ele não existe.

Escrevo essas palavras para ninguém. Invento meus pensamentos absurdos e finjo saber que não sei de algo que não há.

É isso, essa dor de saber que não há simplesmente nada a ser descoberto. Cada inútil invenção de vida já estava morta, seca, estéril e ressentida antes de sair dos lábios de seu criador. Um farsante como todos os outros. A farsa que é viver, sonhar e rebelar-se contra a própria inutilidade de estar vivo.


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